O Coveiro integra o Interlocuções do Festival de Curitiba
A partir do dia 26 de março, O Coveiro volta em cartaz para dez sessões no Museu Paranaense. A peça segue até o dia 6 de abril, de quarta a domingo, às 19h, com entrada franca. O trabalho integra o Interlocuções, do Festival de Curitiba.

Crédito – Elenize Dezgeniski e Lidia Ueta.
O Coveiro é, simultaneamente, uma peça de teatro e uma instalação visual. Esta peça – instalação compartilha uma coleção de obras reunidas pelo O Coveiro – vídeos, obras de arte e fragmentos de textos. A montagem desta coleção acontece a cada noite, durante a sessão da peça de teatro. A peça e instalação visual agem de forma poética convidando o espectador a refletir sobre arte, natureza, relação entre espécies, nascimento, morte, misturas e ovo – o símbolo da vida.
O COVEIRO age na intersecção entre teatro, artes visuais e cinema. Durante o percurso da peça, o ator Diego Marchioro monta, diante do público, uma instalação visual a partir de uma coleção sobre vida e morte. O trabalho convida os espectadores a viver uma experiência multidirecional – fruir um trabalho de teatro que, durante seu percurso, se transforma em uma instalação de artes visuais.
A mistura de estilos textuais – poesia, crônica, conto e textos teóricos – dá o tom do trabalho, que tem uma relação profunda com as imagens em vídeo. Na peça, Diego Marchioro se relaciona com imagens de artistas que participam ativamente do Projeto Te(a)tralogia: Isabel Teixeira, Beto Bruel, Cida Moreira, Ná Ozzetti, Nadja Naira, Edith de Camargo e Fernando de Proença – diretor da montagem, atuam em vídeo, ancorando a relação da cena e convidando o público a refletir sobre modos de vida e sobre a morte. A captação de imagens é de Alan Raffo e a montagem é de Pedro Giongo.
Na peça, Diego ativa obras criadas especialmente para a montagem como lambes e uma Máquina de Cavar, do artista Guto Lacaz; Segunda Natureza, de Milla Jung, e um mobiliário de cena, criado por Erica Storer – que também assina o cenário. Também faz parte da montagem, um adereço de cabeça criado pelo estilista Walério Araújo. A trilha sonora é de Edith de Camargo e a iluminação de Beto Bruel.
Os artistas articulam a peça e a instalação a partir do hibridismo de linguagens – para encontrar o público, fazem encontrar teatro, artes visuais e cinema que, misturados, criam uma peça-instalação sinestésica a fim de mexer com a percepção dos espectadores e refletir sobre vida e morte.
A peça apresenta uma canção inédita composta por Ná Ozzetti que grava, pela primeira vez, com a cantora Cida Moreira. Além das sessões da peça, O Coveiro apresenta uma instalação de mesmo nome que fica aberta à visitação no Museu Paranaense, de terça a domingo, das 10h às 17h30, com entrada franca.
Como parte das ações da peça, o Interlocuções oferece a palestra “Transformação da Cidade, do Teatro e da Iluminação Cênica em Curitiba de 1855 a 2025”, com Beto Bruel. A ação acontece nos dias 29 e 30 de março – das 14h às 17h na CAIXA Cultural Curitiba – com entrada franca.

Crédito – Elenize Dezgeniski e Lidia Ueta.
E no dia 5 de abril, às 15h, no Museu Paranaense, acontece a fala Misturas – entrelaçamentos em O Coveiro, com os artistas e teóricos Milla Jung e Paulo Reis. A entrada é franca.
Este projeto encerra as ações de TE(A)TRALOGIA – projeto de construção de 4 peças de teatro autônomas que investigam modos e meios de construir a cena a partir de dispositivos como a criação de matérias textuais em sala de ensaio e a pesquisa de materialidades como agentes dos trabalhos. O encontro entre os idealizadores deste projeto – Diego Marchioro, Fernando de Proença e Isabel Teixeira – aconteceu em 2016, com a criação da primeira peça da tetralogia: LOVLOVLOV – peça única dividida em cinco choques – seguido de PEOPLE vs. PEOPLE e O UNIVERSO ESTÁ VIVO COMO UM ANIMAL. O COVEIRO é a quarta e última peça deste projeto. Além das peças de teatro, o projeto se alarga a fim de pensar a expansão de ações em teatro: em 2020 cria a áudio série PEOPLE vs. TESLA e, em 2021, o longa documental TE(A)TRALOGIA.
Serviço
PEÇA
de 26/3 a 6/4
qua. a dom. às 19h – gratuito – ingressos distribuídos no local 1h antes.
lotação – 40 pessoas
Classificação indicativa – 14 anos
Instalação
ter. a dom. das 10h às 17h00 – gratuito
Local:
MUSEU PARANAENSE – Rua Kellers, 289 – Alto Francisco
@museuparanaense @rumodecultura
PALESTRA COM BETO BRUEL
Transformação da Cidade, do Teatro e da Iluminação Cênica em Curitiba de 1855 a 2025
Beto Bruel, um dos maiores iluminadores cênicos do Brasil, com mais de 50 anos de carreira, faz um traçado do panorama histórico da transformação da cidade e do surgimento do teatro em Curitiba por meio de recortes de jornais, fotos, cartazes e programas de espetáculos de 1855 até os dias atuais. *O Seminário integra as ações da peça instalação O COVEIRO, da Rumo de Cultura.
Serviço
dias 29 e 30/03 – sab. e dom. das 14h às 17h – CAIXA Cultural Curitiba – Entrada Franca
FALA – MILLA JUNG E PAULO REIS
Misturas – entrelaçamentos em O Coveiro
Na peça-instalação O coveiro acompanhamos um artista em seu processo de alteração de um espaço físico até que dele e nele surjam muitas imagens da arte; em forma de obras, pensamentos errantes e uma câmera afetiva, que perscruta o enlace entre outros protagonistas, as camadas se entrelaçam. Nascer e morrer duelam em gestos mínimos que o artista encena junto a operações conceituais que articulam a narratividade da peça, o espectador se move junto, capturado como cúmplice do acontecimento artístico. O cubo branco do museu se transforma em cena e a cena passa a ser o local expositivo, numa transposição de usos e fazeres que suspende as convenções e propõe um estado de presença ativo e literal, literal inclusive porque em qualquer distração o espectador pode ser atropelado pela cena que se move junto ao público. Nesta conversa entre Milla Jung e Paulo Reis interessa pensar como O Coveiro constrói percursos transversais com agenciamentos entre às artes cênicas e às visuais que conectam diferentes linguagens, circuitos e recursos, em experimentações que não se esgotam nelas mesmas, mas que se estendem e instituem territórios em aberto nessa mistura heterogênea e com futuros por vir.
Serviço
Dia 5 de abril – 15h – Museu Paranaense – Entrada Franca