Curitiba envia 2 mil livros infantis para o Rio Grande do Sul

Comprometidos em apoiar os moradores do Rio Grande do Sul afetados pela enchente de abril, o UniCuritiba – instituição da Ânima Educação – e a paranaense Lado A Gestão Editorial se uniram para enviar 2 mil livros infantis para crianças gaúchas. As obras foram entregues em escolas de Canoas, uma das cidades mais atingidas pela inundação.

Crédito – PMCanoas/RS.

Junto com os livros, a Lado A Gestão Editorial enviou cartinhas feitas por estudantes de escolas curitibanas. O UniCuritiba recebeu a doação e encaminhou o material à UniRitter Campus Canoas, outra instituição do ecossistema Ânima, responsável pela distribuição.

O diretor da Lado A, André Greca, diz que o objetivo é oferecer um pouco de cuidado e alegria às crianças e famílias que estão enfrentando tantos desafios. “A doação de 2 mil livros infantis para as crianças do Rio Grande do Sul nasceu de um desejo profundo de levar afeto em forma de palavras. A literatura infantil tem o poder de tocar os corações com histórias que ensinam, acolhem e entretêm.”

A diretora do UniCuritiba, Larissa Albuquerque Dutra, concorda. “Inicialmente, nossos esforços se concentraram no socorro às vítimas com o envio de donativos emergenciais, mas as crianças ainda precisam de meios para lidar com os traumas que viveram. O envio dos livros foi uma forma de dar afeto e acolhimento. Estamos extremamente felizes pela possibilidade de intermediar essa entrega.”

De criança para criança
A ação da Lado A e do UniCuritiba foi fortalecida por um movimento ainda mais amplo de colaboração. Segundo o editor André Greca, crianças de várias escolas de Curitiba escreveram cartinhas com mensagens de carinho e apoio. A iniciativa contou com o apoio de um grupo de psicólogas da cidade, que organizou o processo.

Fabiana Canda foi uma delas. A psicóloga explica que a troca de cartas têm impacto significativo no desenvolvimento emocional e social das crianças, especialmente em um contexto como o que foi vivido pelos gaúchos. “Tanto as crianças que recebem as cartas quanto as quem escrevem são impactadas positivamente.”

Crédito – Divulgação.

Como exemplos dos benefícios dessa ação, a neuropsicóloga cita o resgate de valores como solidariedade e cooperação, importância do apoio mútuo, redução da ansiedade e estresse, fortalecimento de laços culturais, senso de comunidade e pertencimento. “Acolhimento e conexão são parte dessa onda de amor transmitida por meio das cartinhas”, comenta.

Ganha quem doa e ganha quem recebe
No caso das crianças de Curitiba que escreveram as mensagens, os benefícios envolvem o desenvolvimento das habilidades de comunicação, empatia e possibilidade de expressar sentimentos, pensamentos e experiências. “Isso pode ser uma forma terapêutica de lidar com emoções e ajudar as crianças a se sentirem ouvidas e compreendidas”, comenta Fabiana.

Já as crianças que receberam as cartas, explica a psicóloga, vão se sentir valorizadas e especiais, o que aumenta a autoestima e a sensação de pertencimento. As cartas também criam um senso de conexão entre quem escreveu e quem recebeu as cartinhas. Por meio de interações como essas é mais fácil combater o isolamento e a solidão.

A inspiração e a motivação são outros benefícios. Segundo Fabiana, as mensagens oferecem apoio, esperança e encorajamento. “As cartas com histórias de superação ou amizade têm um efeito extremamente positivo no bem-estar emocional das crianças.”