Mutirão de meia hora recolhe mais de 140 quilos de lixo no litoral do PR
Estima-se que haja de 86 a 150 milhões de toneladas de plástico acumuladas nos oceanos. Somente o Brasil lança potencialmente no ambiente todos os anos cerca de 3,4 milhões de toneladas de itens como sacolas plásticas, garrafas PET, canudos, embalagens de cosméticos e isopor, de acordo com o Blue Keepers, projeto ligado ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU).
Com o objetivo de conscientizar a população sobre o descarte correto do plástico, a fabricante de papelcartão Ibema, a ONG Eco Local Brasil e o movimento Voz dos Oceanos (Voice of the Oceans), liderado pela Família Schurmann, promoveram, na última sexta-feira (27), uma ação de limpeza na praia de Pontal do Sul, em Pontal do Paraná (PR). Em apenas meia hora de mutirão, que reuniu cerca de 35 voluntários, mais de 140 quilos (kg) de lixo foram coletados, a maioria referente a resíduos plásticos.
“Também queremos mostrar para a sociedade a urgência de substituirmos o plástico por alternativas ambientalmente amigáveis. O Brasil é o maior produtor de plástico da América Latina, mas apenas uma parcela muito pequena é reciclada. É uma situação assustadora”, afirma o Diretor Comercial da Ibema, Julio Guimarães.
No país, são fabricadas 11 milhões de toneladas de plástico anualmente. Ao mesmo tempo, conforme dados da WWF e do Banco Mundial, somente 1,2% do total é reciclado. Parte significativa desse material produzido corresponde aos dos chamados “plásticos de uso único”, como copos descartáveis, embalagens diversas e canudos.
“O plástico é o material que mais vemos em nossas expedições. Não é apenas a costa do Brasil que sofre com esse problema. Estados Unidos, localidades no Pacífico, Fiji. Ilhas pequenas estão tomadas por plástico. É um problema global”, conta o capitão Vilfredo Schurmann.
Perigo invisível – Do plástico, decorre um problema mais grave, mesmo que invisível a olho nu: os microplásticos, partículas com 5 milímetros (mm) ou menos. Diversos estudos já identificaram microplásticos no organismo de animais e seres humanos. Os impactos do material na saúde humana ainda são pesquisados, mas o prognóstico não é bom, visto que pode haver relação entre o material e enfermidades como reações alérgicas, diabetes, infertilidade, câncer e doenças cardíacas, para citar algumas.
Recentemente, chegou ao fim expedição da Voz dos Oceanos apoiada pela Ibema que percorreu a costa brasileira, de Santa Catarina ao Pará, coletando amostras de animais marinhos como ostras, vieiras e mexilhões para verificar a presença de microplásticos nesses organismos. A amostragem já está sendo analisada por cientistas da Universidade de São Paulo (USP).
Além de trazer um diagnóstico de microplásticos em organismos marinhos, a pesquisa quer abordar a crescente preocupação relacionada à segurança alimentar que decorre da exposição humana por meio da ingestão de alimentos que vêm do mar.
Compromisso com o amanhã – O combate à poluição plástica é uma das prioridades da Ibema, que busca cada vez mais se firmar como referência em reciclagem e economia circular. A empresa desenvolve diversas soluções que se apresentam como excelentes substitutas para os plásticos utilizados desenfreadamente em embalagens diversas. É o caso das linhas Ritagli, opção mais sustentável do mercado, com 55% de matéria-prima reciclada, sendo 35% de pós-consumo, e Naturale, papelcartão produzido com 70% menos químicos.
Mas o compromisso da companhia paranaense com a sustentabilidade vai além do portfólio e da adoção de práticas de circularidade no processo produtivo. Iniciativas como o mutirão de limpeza em Pontal do Sul vão ao encontro do propósito da empresa de “embalar o futuro”.
“Os colaboradores voluntários da Ibema se destacaram pelo engajamento e comprometimento durante a ação. Foi um dia de muito aprendizado e reflexão, no qual o impacto que a poluição plástica e os microplásticos têm nos oceanos e na vida marinha ficou ainda mais claro. Ver de perto a quantidade de resíduos que acabam nas praias foi impactante, mas também uma motivação para agir”, finaliza Cibelle Castellani, analista de Recursos Humanos da Ibema.