Sérgio Albach foi o primeiro músico brasileiro no mundo a gravar um CD de chorinho tendo o clarone como instrumento solo. O feito, de 2018, resultou no CD Clarone no Choro. No ano passado, o maestro e diretor musical deu início ao Clarone no Choro 2 – Novas Mídias, um novo trabalho que compreende gravações de áudio e vídeo para os aplicativos de música e vídeo. As gravações foram realizadas ao vivo em estúdio (no Gramofone) e agora serão disponibilizadas digitalmente. O show de lançamento está na programação da 41ª Oficina de Música de Curitiba – Edição de Inverno, será dia 28 de junho, às 19h, no Teatro Paiol.
Crédito – Gilson Camargo.
A gravação das músicas e dos vídeos foi realizada em agosto de 2023. O novo trabalho reúne 10 composições inéditas feitas sob encomenda por músicos convidados, especialmente para o projeto. Entre eles: Pedro Paes, Léa Freire, Edu Neves, Claudio Menandro, Alessandro Penezzi, Gilson Peranzzetta, Lucas Melo, além do próprio clarinetista Sérgio Albach e do bandolinista Daniel Migliavacca, que também assina a direção musical e arranjos. Além de Albach no clarone, o trabalho, executado por um regional de choro, conta com Migliavacca no bandolim e cavaquinho, Gustavo Moro no violão, Lucas Melo no violão de 7 Cordas e Ricardo Salmazo no pandeiro. O mesmo quinteto do disco anterior.
Os compositores convidados foram escolhidos de acordo com a linguagem que cada um domina e para cada músico foi solicitado um gênero musical com base no seu estilo. Maxixe, valsa, choro, polca, xote e frevo estão no sofisticado repertório. A flautista, arranjadora Léa Freire se destaca com ‘Desviando’, choro lento que flutua entre tonalidades. ‘Cigana do Guatambu’, maxixe que usa escala cigana na estrutura da composição, feita pelo carioca Pedro Paes, é uma homenagem a Albach. A clássica ‘Valsa Viva’ de Alessandro Penezzi também é dedicada a ele. Já a valsa com pegada mais contemporânea ‘Vila Real’ de Migliavacca, que brinca com o tempo através das flutuações de andamento, foi inspirada na cidade portuguesa onde o clarinetista vive atualmente. A arisca gata de rua que mora por lá virou choro ‘GS’, por Albach que também compôs ‘Frevo Furado’. O renomado Gilson Peranzzetta traz um choro lento, ‘Sempre Juntos’. Cláudio Menandro fez um xote, ‘Chora, Clarone!’, com características bem nordestinas. Edu Neves contagia com um choro sambado, bem dançante, ‘Bailando ao Luar’. E Lucas Melo com Porfiosa, uma polca clássica.
Crédito – Gilson Camargo.
“São obras inéditas e bem variadas ritmicamente. Fazer a direção do Clarone no Choro pela segunda vez é um grande prazer e uma grande responsabilidade. O resultado tem nos deixado muito satisfeitos. É um trabalho único e sabemos que, certamente, já é uma referência dentro do universo do clarone, da música instrumental brasileira e do Choro”, afirma Migliavacca.
Ampliar, renovar e diversificar o repertório de músicas tendo o clarone como solista é o principal objetivo do projeto, de acordo com o clarinetista. “A ideia é instigar os músicos a comporem para o clarone, pois é uma necessidade, coisas novas tem que ser feitas visando este instrumento que ainda vem sendo descoberto como solista”, declara Sérgio.
Clarone no Choro 2 – Novas Mídias por tratar-se de um trabalho pensado particularmente nos recursos do instrumento reforça sua linguagem. “O ganho para a música é imenso, a execução se torna mais orgânica, o movimento dos dedos é mais natural. Estou muito feliz com a dedicação desses grandes compositores e do diretor musical que trouxeram para o trabalho um pensamento musical de alta qualidade.
“É muito bom ver um trabalho tendo continuidade, fluindo. Foi realizado com muito zelo e cuidado. Tocar no Teatro Paiol dentro da programação da Oficina de Música vai ser mágico”, comemora.
Sérgio Albach
Clarinetista, arranjador, compositor e curador. Graduou-se na EMBAP-PR em Licenciatura em Música. Desde 1988, quando inicia sua carreira profissional, tem uma atividade musical intensa, principalmente como instrumentista. Depois de 4 anos como músico da OSINPA, começa uma dedicação para a música brasileira, em especial o Choro. Assume a Direção da OABS (Orquestra à Base de Sopro) em 2002, que já está em seu 11° lançamento fonográfico; e a Direção da Oficina de Música de Curitiba até 2014. Excursionou por vários países da Europa e América Latina com o Mano a Mano Trio e também com um concerto solo de clarone. Conta com parcerias no palco com músicos do calibre de Amilton Godoy, Léa Freire, Altamiro Carrilho, Arrigo Barnabé, Egberto Gismonti, João Bosco entre outros. Em 2018 lançou em CD e Vinil o ‘Clarone no Choro’.
Daniel Migliavacca
O bandolinista e compositor Daniel Migliavacca é natural da cidade de São Paulo/SP, iniciou seus estudos musicais tocando cavaquinho e em 2003 passou a se dedicar ao bandolim. Atua em diversos projetos como solista, arranjador, compositor, acompanhador, diretor e produtor musical passando pela música brasileira, jazz, música erudita e contemporânea. Já esteve em shows ao lado de Renato Borghetti, Hamilton de Holanda, Dominguinhos, Raul de Souza, Altamiro Carrilho, Marcel Powell, Nelson Sargento, entre outros. Em 2006 conquistou o primeiro lugar como melhor instrumentista no “Prêmio Nabor Pires Camargo” em Indaiatuba/SP. É Bacharel em Música Popular pela UNESPAR (2011) e Mestre em Música pela UFRJ (2019). Possui 9 CDs lançados com diferentes formações: “Bandolim” (2009); “Divertimento” (2011); “Tocando à vontade” (2013), “Daniel Migliavacca interpreta Walter Scheibel” (2016), “Alma Lúdica” (2018), “Dez Estudos para Bandolim Solo (2021)”, “Pra ser Feliz” (2022), “Ludicamente” (2023) e “Duos” (2023).
Composições do Clarone no Choro 2 – Novas Mídias:
– Cigana do Guatambu (Pedro Paes)
– Desviando (Léa Freire)
– Bailando ao Luar (Edu Neves)
– Chora, Clarone! (Cláudio Menandro)
– Vila Real (Daniel Migliavacca)
– Valsa Viva (Alessandro Penezzi)
– Frevo Furado (Sérgio Albach)
– “GS” (Sérgio Albach)
– Sempre Juntos (Gilson Peranzzetta)
– Porfiosa (Lucas Melo)
Serviço:
Show de Lançamento nos aplicativos de música e vídeo Clarone no Choro 2 – Novas Mídias
Quando: Dia 28 de junho (sexta)
Que horas:19h
Onde: Teatro Paiol (R. Cel. Zacarias, 51 – Prado Velho)
Quanto: R$35 e R$17 (meia entrada)
No dia do show, o ingresso será vendido na bilheteria física do teatro, 1 hora antes de começar.
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